Destaque LCA
Economista da LCA estima alta do IPCA neste ano, com variação na vizinhança, no conjunto de preços de alimentos.
Economista da LCA estima alta do IPCA neste ano, com variação na vizinhança, no conjunto de preços de alimentos.

Economista da LCA estima alta do IPCA neste ano, com variação na vizinhança, no conjunto de preços de alimentos.
Economista da LCA estima alta do IPCA neste ano em 5,4%, com variação na vizinhança de 6%, no conjunto de preços de alimentos.
Na profusão de notícias dos últimos dias, está passando quase despercebido o novo mote do governo Lula para a segunda e última metade do atual mandato. Na reunião ministerial desta segunda-feira (20), o presidente anunciou que, depois de "União e Reconstrução", lema do início do governo, a palavra de ordem, em 2025 e 2026, será "União, reconstrução e comida barata na mesa do trabalhador"
Assim como em outras ideias e políticas anunciadas por Lula — a da isenção do Imposto de Renda para rendas até R$ 5.000 mensais é o caso mais notório —, a promessa de baratear o preço dos alimentos parece ter sido lançada sem ser precedida de estudos e da formulação de medidas capazes de implementá-la com sucesso.
De olho em 2026.
A coordenação da eventual política de redução dos preços dos alimentos, os ministérios e órgãos envolvidos e, mais ainda, as medidas efetivas que poderiam resultar no barateamento da comida ainda não são conhecidos.
Por enquanto, é mesmo só a sensibilidade política de Lula que está operando. Lula já está de olho nas eleições de 2026 e sabe que inflação alta, principalmente com alimentos caros, é um dos maiores cabos eleitorais negativos.
Lula farejou ou teve informações de que existem projeções de alta de mais de 10% para preços de alimentos em 2025. De acordo com projeções confiáveis para a evolução dos preços dos alimentos, porém, estas previsões são exageradas.
Perto da média histórica
O economista Fábio Romão, da consultoria LCA 4intelligence, um dos mais experientes especialistas em acompanhamento de preços, estima alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano em 5,4%, com variação na vizinhança de 6%, no conjunto de preços de alimentos. Em 2024, os preços da alimentação subiram 8,2%. Do início dos anos 2010 para cá, a alta dos preços de alimentos só ficou abaixo da inflação geral em 2017 (menos 4,99%) e 2023 (menos 0,5%).
De todo modo, não será fácil cumprir mais esta promessa de Lula. Pelo menos sem intervenções fortes do governo nos mecanismos de mercado.
Ainda que a pressão exercida em 2024 mostre tendência de alívio em 2025, a inflação de alimentos continuará não muito distante da média histórica dos últimos 15 anos, perto de 8%.
"Não se pode dizer que a alta prevista seja benigna, mas é muito provável uma desaceleração em relação a 2024". - Fábio Romão, economista da LCA 4intelligence.
O peso da carne
Um bom exemplo do que a tendência dos preços de alimentos sinaliza pode ser encontrado no sensível item "carne bovina". Além de entrar com peso alto no IPCA, carnes bovinas também pesam na formação do sentimento da população em relação à inflação.
Se, em 2024, o preço de carnes bovinas subiu 20,8%, nas previsões de Romão, a alta, em 2025, pode chegar a 16%. Um avanço em ritmo menor, mas ainda assim bem puxado.
Seca em largo período do ano passado e cotação mais alta do dólar, no segundo semestre, estimulando exportações para uma demanda externa crescente, sobretudo da China, explicam a explosão dos preços internos.
Confira o conteúdo completo no link: https://economia.uol.com.br/colunas/jose-paulo-kupfer/2025/01/22/promessa-de-lula-de-baratear-alimentos-sera-dificil-de-ser-cumprida.htm
FONTE: Economia UOL.